Vivi anos luz num único movimento de translação...
Foi uma caminhada intensa e dolorosa também...
Travei batalhas, lutei com monstros e demónios, ergui muros ao redor de mim...
Algumas vezes lutei com ânimo, outras com desespero...
Algumas pequenas conquistas surgiram, algumas surpresas agradáveis se revelaram...
Não nego que houve dias muito negros, dias de lágrimas secas, de incertezas...
E dias houve de plenitude, por saber que não estava sozinha...
Ao longo desta translação muitas e muitas vezes mergulhei nas minhas profundezas...
Reminiscências de retalhos vieram à memória...
Retalhos rasgados pelo sentimento e pela incapacidade de os remendar...
Visão de um nicho escondido, lá no espaço desconhecido, de onde fugi a correr...
Mas onde tantas e tantas noites me refugiei...
Sou uma sentimentalona do raio, estou farta de dizer isto...
Tenho o péssimo defeito de sentir demais...
Sinto na pele a insensibilidade das coisas palpáveis...
E a vibração do que não se vê, mas que se sente mais do que se estivesse à vista...
Por vezes ferimos e magoamos a quem queremos muito...
Colecções de pequenos nadas e de pequenas dores, para as quais ainda não existem mezinhas...
Sinto-me cansada...foi um longo percurso e faltavas cá tu...
Acho que tenho saudades tuas...
Escrito ao som de "Una Noche" - The Corrs e Alejandro Sanz
As pequenas coisas da vida são, muitas vezes, as mais valiosas...
E têm, pelo significado e essência subjacentes, um valor indubitavelmente superior a mil palavras...
É o caso deste quadro...
Dispensa alongamentos de discurso...
Thanks :)