Se eu quiser perceber...
E parar para pensar como foi e quando foi...
Não encontro resposta...
Se me situar no tempo...
Percebo que perdi o tempo em que me situei...
Acordei num momento, sem saber como fui lá parar...
Não há como explicar o que existe...
Quando o que existe não pode ser verbalizado...
Sente-se, está lá, acontece...
Mas é impossível descrever uma mistura de tudo...
Tudo o que se passa em correntes de pele...
Não se consegue calcular nem dimensionar...
Não há somas nem multiplicações...
Não há sequer uma fórmula racional que se lhe aplique...
Acontece no Agora...
Estende-se a um outro Agora...
Com promessas de voltar a acontecer no Agora de amanhã...
São quereres...são sentires...são vontades...
São correntes e são sensações...
Certezas de que "It was meant to be"...
As coisas acontecem...naturalmente...
E naturalmente continuam a fluir...
Numa dinâmica evolutiva... ou não...
Depende sempre do que queremos fazer delas...
As energias olham-se, sentem-se...
Aproximam-se, moldam-se...
Misturam-se, multiplicam-se...
Polaridades perfeitas...
Peças de puzzles que encaixam na justa medida...
Num conjunto desenhado para ser homogéneo...
Ele nasce e tem vida própria...
Sente-se em ti... e em mim também...
Numa orquestra de sintonias únicas...
Onde coexistem os pianos, os violinos e as flautas...
E porque não os saxofones?... ou os sons etéreos?...
Duetos de jazz melodioso e bem pautado...
Ou será blues?...
As rimas esvoaçam nas mãos...
São mariposas pintadas na tela da inspiração e dos sentidos...
E no final... (existirá mesmo um final?)...
Há como que... uma luz!!...
Algo sentido, atingido... tocado...
Na imensidão de um pequeno grão de nada...
Chamado momento...
Waterboys - "The Whole of the Moon"