Quantas vezes não deambulamos pela vida, ébrios, sem saber ou ter consciência do caminho que pretendemos seguir...
Quantas e quantas vezes não paramos em encruzilhadas carregadas de ilusão, que nos transportam para um Inferno mascarado de sonho...
Quantas vezes nos auto comiseramos pela nossa pouca sorte... pela felicidade que tarda em chegar... e quantas outras nos lamentamos pela burrice na reincidência...
Nesta nossa atitude egoista viramo-nos para o nosso umbigo, carpimos mágoas, sentimos pena de nós mesmos, temos medo, ficamos inseguros... afundamo-nos...
Sem ver... sem perceber, sem conseguir olhar em redor...
Quartados...
Incapazes de nos libertarmos das correntes que se tornam cada vez mais fortes...
Incapazes de acreditar... preferindo a segurança do canto mais escuro da gruta à claridade do sol...
E nesta nossa miséria tornamo-nos ainda mais incapazes de prestar atenção a pequenas coisas, ínfimos sinais que a vida nos dá todos os dias...
A vida é cheia de surpresas e de imensos sinais..
Sinais ténues, subtis... pedidos, olhares, frases, emoções... feelings...
Sinais que, a serem interpretados devidamente, nos deixam perceber que afinal o erro está em nós...
Porquê ter medo, se temos a força e a capacidade de mover montanhas?...
Porquê deixar de amar por medo de sofrer, se o amor é o sentimento mais nobre que qualquer ser humano integra em si?...
Porquê cortar as asas se a nossa capacidade de voar é infinita?...
Porquê dizer não ao sonho?...
Porquê?...
Se para tudo isto basta acreditar...
Há páginas de livros que nunca devem deixar-se incompletas...